Jogar, apostar, instigar, perguntar, oscilar, balançar, arriscar, dramatizar, pirar, marcar, usar, desabafar, prosar, compartilhar, selar, inventar, comprovar, alar, amontoar, interiorizar, acalmar, e , pra finalizar, abandonar.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Analisando: Flores - Titãs

Olá, voltei depois de um bom tempo, mas vou tentar não me ausentar por tão longos períodos mais, vejo que a grande maioria das pessoas gostam das minhas interpretações, fico bastante grata por isso! Deixando sempre claro que são MINHAS interpretações, por mais que as composições tenham sido realizadas através de outras linhas de pensamento totalmente diferentes. Portanto a sua versão, caro leitor, pode ser oposta à minha, o que não quer dizer que ela esteja errada, afinal para mim todas as ideias sobre um mesmo escrito são válidas, desde que sejam claramente fundamentadas. Escolhi uma música interessantíssima de ser observada, pois conta uma história trágica, onde as flores assumem vários significantes diferentes. Ouça, leia a letra, e logo abaixo veja a minha análise detalhada:

Letra e audio:



Olhei até ficar cansado
De ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado
As flores que estão no canteiro
Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado
E embaixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo que eu vejo


A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores têm cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes
Flores
Flores
As flores de plástico não morrem
(bis)

Análise:

Revolta, arrependimento,tentativa de suicídio, morte, culpa . Partirei destes 5 temas para explicar minha acepção à cerca desta canção. A revolta se dá nas duas primeiras estrofes, onde o eu - lírico mostra – se exausto da provável mesmice em que se encontra. O arrependimento por ter destruído as coisas boas (um dos significantes das flores) que o rodeava, e que não serão trazidas de volta. A tentativa de suicídio é bem explícita na quinta e sexta estrofes. A morte é marcada pela descrição do velório do ponto de vista do eu – lírico já morto, vendo flores ao seu redor dentro de um caixão: "Há flores cobrindo o telhado e embaixo do meu travesseiro". Observe que as flores assumiram o seu significado real nesta circunstância.
Um fato interessante é observado, onde logo após ele ter dado a entender que tinha morrido, fala de uma recuperação física, nos seguintes trechos : “O soro tem gosto de lágrimas/ A dor vai fechar esses cortes” , e é justamente onde a culpa entra em ação, pois na concepção do eu – lírico, por mais que as lesões cicatrizem, depois de muito sofrimento, tudo que ele fez de ruim nunca será esquecido, o que explica o trecho final : “As flores de plástico não morrem”. Conclui-se então que as flores de plástico correspondem a culpa que nunca vai deixar de persegui-lo , encontramos justamente aí o último significante das flores.

Um comentário: